Você, que gosta de cantar ou tocar um instrumento, sabe o que é partitura? Ou melhor: sabe entender e interpretar aqueles símbolos musicais no papel?
E será que a partitura sempre foi do mesmo jeito ao longo da história? É o que vamos descobrir aqui.
Para compreender o que é partitura, vamos pensar na música como uma linguagem. Características como a melodia, o ritmo e o andamento podem ser traduzidos de forma escrita.
A partitura é, então, um registro completo da música, com todos os seus elementos e com linguagem e simbologia próprias.
Partitura e interpretação
Grandes compositores da história da música sabiam muito bem o que é partitura e sua importância para o registro das obras.
A notação musical permitiu que as composições de Johann Sebastian Bach, Frédéric Chopin, Wolfgang Amadeus Mozart, Ludwig van Beethoven, Antonio Vivaldi, Franz Schubert e de tantos outros fossem executadas da maneira que seus autores imaginaram.
Entretanto, mesmo que se toque exatamente o que está na partitura, lembre-se: a interpretação de cada músico sempre é única.
Afinal, o instrumentista ou cantor não faz uma mera reprodução do que está escrito. Na realidade, ele imprime àquela composição algo que está muito além de registros no papel.
A partitura pode ser considerada, nesse sentido, um legado da arte musical. Cabe ao artista exprimi-la da melhor forma ao seu público.
O “idioma” da música
Um bom músico terá um aprendizado mais efetivo de seu instrumento se souber o que é partitura e como decifrá-la. As aulas de teoria musical são fundamentais, nesse sentido.
Bons conservatórios musicais sempre atrelam a parte prática à teórica, por entenderem que uma coisa não pode ser desvencilhada da outra.
Se você deseja se aprofundar no tema, encare esse estudo como o aprendizado de um novo “idioma” ou linguagem.
Neste blog, você pode conferir algumas noções básicas acerca da leitura de partitura no artigo sobre pauta musical.
No texto, pinçamos informações que servem como um pontapé para você iniciar na compreensão dos símbolos musicais na partitura e não ficar “voando” no assunto.
Pauta ou pentagrama
No artigo citado, falamos sobre o elemento básico de uma partitura, que é a pauta ou pentagrama.
É um sistema de cinco linhas paralelas, onde você vai colocar todas as informações de sua música: o tom, a melodia, as harmonias, a intensidade, o ritmo e o andamento.
Nesse pentagrama são aproveitados tanto os espaços vazios entre as linhas, como as próprias linhas.
Sobre ele são inseridas basicamente a clave – de Sol, Fa ou Do –, a armadura e as figuras musicais.
A partir da posição desses símbolos no pentagrama, podemos saber qual nota deve ser cantada ou tocada, e por quanto tempo. A leitura, por sua vez, deve ser de baixo para cima. Ou seja, o Do sempre virá numa posição abaixo do Re, por exemplo.
Notações musicais antigas
Esse sistema de notação composto de símbolos sobre cinco linhas paralelas é utilizado mundialmente. Mas o padrão de registro de músicas nem sempre foi assim.
A primeira notação musical que se tem notícia vem da Antiguidade. Os povos sumérios, que habitavam a região onde se encontra o atual Iraque, cunharam gravuras musicais sobre placas de argila, em escrita cuneiforme.
Especialistas interpretaram esses registros como símbolos de cordas de uma lira, contendo também a indicação de quais delas deveriam ser tocadas. Algo que lembra – com suas devidas proporções, é claro – as atuais tablaturas e o Método Gamela, sendo ambos criados pedagogicamente para o violão.
Esses registros sumérios, portanto, estão muito longe da concepção atual sobre o que é partitura.
De uma forma geral, a música era transmitida oralmente, passando de geração em geração.
A Grécia Antiga, por sua vez, tinha um sistema de notação com símbolos específicos colocados sobre o texto. O epitáfio de Seikilos é um exemplo de composição da época. Contudo, esse tipo de escrita de músicas caiu em desuso ao longo do tempo.
As origens da partitura moderna
Séculos mais tarde, com a queda do Império Romano e a ascensão do Cristianismo, a música produzida pelas comunidades cristãs ganhou força.
O cantochão é um exemplo disso. Trata-se do canto monofônico executado na Idade Média e que tem o canto gregoriano como uma de suas variações. Porém, não havia um registro por escrito dessa produção musical. Tudo era transmitido de forma oral.
Para unificar o vasto repertório já existente, os monges desenvolveram os sinais neumáticos ou “neumas”. Esses símbolos eram colocados sobre palavras para orientar os cantores sobre os rumos da melodia. Contudo, não descreviam exatamente a altura da nota.
Esse sistema, mesmo ainda imperfeito, é considerado um marco, pois deu origem à partitura moderna.
Guido d’Arezzo e as notas musicais
No final do século XI, foi inserida a pauta de quatro linhas pelo monge beneditino Guido d’Arezzo, o que permitiu registrar dados mais precisos sobre o intervalo das notas. Esse tetragrama já possuía um sistema de claves.
Inclusive, esse clérigo foi responsável por nomear as notas musicais, a partir do Hino de São João. Seis delas permanecem como conhecemos hoje. Confira:
Ut queant laxis
Resonare fibris
Mira gestorum
Famuli tuorum
Solve polluti
Labii reatum
Sancte Ioannes
O musicólogo Giovanni Batista Donni, por sua vez, renomeou a nota Ut, batizando-a de “Do”.
Segundo o músico Bohumil Med, autor da obra “Teoria Musical”, somente no século XVII foi consolidada a pauta de cinco linhas paralelas, ou pentagrama.
Desde então, a tradição oral deixou de ser a única condição para a música não se perder no tempo.
Sites com partituras para baixar
Agora que você conheceu um pouco sobre o que é partitura, sua importância e sua evolução ao longo da história, preparamos um presentinho especial.
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Obrigada por prestigiar nosso trabalho! Esperamos que esse material tenha cumprido o seu propósito de te ajudar a entender o que é partitura.
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