Tipos de microfone para performances no palco ou estúdio

Muita gente acha que, para cantar, qualquer microfone serve. Se o canto for apenas por lazer, tudo bem. Mas quem deseja se profissionalizar na área, não pode se contentar com qualquer ferramenta de trabalho.

É necessário verificar os tipos de microfone e suas funcionalidades, para escolher aquele que melhor se ajusta à sua voz.

Assim também ocorre no uso de microfones para instrumentos musicais. Na hora de gravar em estúdio, por exemplo, há aqueles mais apropriados para determinados instrumentos, a fim de que a captação de som seja a mais excelente possível.

Então, vamos conhecer um pouquinho sobre algumas características técnicas dessas ferramentas tão importantes na música e os tipos de microfone ideais para o que você procura.

Ambiente, qualidade e ajustes

Imagem de uma mulher desfocada ao fundo e um microfone a frente sem desfoque

Antes de mais nada, é preciso estar atento ao ambiente onde se propõe usar o microfone. Se for um local como um bar, com pessoas conversando, por exemplo, os tipos de microfone mais apropriados devem captar o menos possível os ruídos do lugar.

Por outro lado, se for num estúdio ou outro local sem tanto barulho, a estratégia é outra, já que há pouco ou nenhum ruído externo para atrapalhar a boa captação sonora.

A qualidade do microfone, é claro, também é um fator a ser considerado. Alguns são mais propensos a microfonias, que é aquele som superagudo normalmente gerado quando o microfone fica em frente às caixas amplificadoras.

Outros apresentam ruídos no mero manuseio. E há aqueles que reproduzem um som mais “fechado”, sem muito brilho, necessitando de maior equalização.

Também é fundamental levar em conta os ajustes finos, como maior ênfase aos graves, médios ou agudos. A equalização na mesa de som ajuda nesse processo, mas nada como ter um microfone já mais adaptado às suas necessidades.

Categorias de microfones

Vamos, agora, conhecer os tipos de microfone básicos de acordo com sua categoria e, posteriormente, algumas especificidades acerca desses produtos.

Dinâmicos

Microfone dinâmico ao fundo um bar desfocado - tipos de microfone

Considerados os mais versáteis e mais utilizados pelos cantores, os microfones dinâmicos são menos sensíveis à captação de ruídos externos. Assim, são excelentes para os profissionais do canto durante shows em restaurantes, bares ou eventos.

Esses mics ressaltam principalmente os médios, sem proeminência de agudos ou graves, portanto. Se for desejo do cantor deixar essas características mais evidentes, é preciso um bom trabalho de equalização.

Em geral, por terem um som mais fechado, não enfatizam muito o brilho ou detalhes mais finos da voz.

Um aspecto interessante é que os microfones dinâmicos costumam ser muito resistentes à queda, algo que não é lá muito raro de ocorrer. Portanto, são muito longevos. Esta é uma vantagem, principalmente se o cantor fez um investimento alto na ferramenta.

A marca de microfone dinâmico mais popular entre os profissionais é o Shure SM-58 que, além da durabilidade, funciona bem em performances ao vivo.

O maior problema é que existem muitos exemplares falsificados espalhados no mercado, com qualidade duvidosa. Então, cuidado na hora da compra!

Outra boa opção, e com menos problemas de falsificação, é o Shure Beta-58a. É possível encontrá-lo no Brasil na faixa de R$ 2 mil, seja em lojas físicas ou online.

Sua principal vantagem em relação ao SM-58 é unir as características de longevidade e durabilidade à produção de um som com muito mais brilho, valorizando os vocais.

Já se você não deseja investir tão alto, o AKG D7 pode ser uma alternativa. Esse mic tem características parecidas com o Beta 58a, com a vantagem de sair bem mais em conta.

Seu preço gira em torno de R$ 1.300 e traz ótimo desempenho nos médios e agudos, com brilho e clareza.

Condensadores

Microfone condensadores

E por falar em brilho, os condensadores são bastante efetivos nesse aspecto. O som captado tem muito mais definição, se comparado aos dinâmicos.

Sendo, assim, são um dos tipos de microfone mais utilizados em estúdios, com ótimos resultados, o que não quer dizer que dinâmicos sejam inviáveis para esse fim.

Tudo vai depender dos objetivos pretendidos para a gravação, da frequência do mic, do padrão de captação, entre outros fatores.

A característica principal dos condensadores é a alta sensibilidade. Os ruídos em volta não passam muito despercebidos por esse equipamento. Por esta razão, podem não ser boas escolhas para apresentações ao vivo.

Além disso, são bem mais frágeis. Uma única queda pode ser suficiente para danificar seu microfone.

Entre os exemplares mais baratos está o Behringer C-1, bem versátil para home studio. Custa em torno de R$ 650.

Para funcionar, os condensadores precisam de alimentação externa, o chamado Phantom Power, um recurso disponível em mesas de som ou pré-amplificadores.

Essa “força fantasma”, uma corrente elétrica de 48 volts, jamais pode ser acionada para microfones de fita (os quais falaremos a seguir), sob pena de inutilizá-los permanentemente.

De fita ou ribbon

Mulher cantando em um Microfone antigo.

São microfones bastante antigos, muito utilizados nos anos 50 e 60. O nome se deve à presença de uma fita de metal interna no diafragma, o qual se refere a uma pequena peça que vibra mecanicamente sob estímulo de ondas sonoras.

Pode ser uma alternativa para quem deseja um som autêntico, “à moda antiga”, ou “vintage”. O áudio captado é bastante natural, sem muitas nuances.

O Brasil fabrica um desses exemplares. É o Oldbox M1 Ribbon, que é vendido na faixa de R$ 900.

Já o mais clássico dessa categoria, o Cascade Fathead, é importado e certamente não é para todos os bolsos: sai pela bagatela de R$ 5 mil.

Tipos de microfone de acordo com os padrões de captação

Agora que você conheceu os tipos de microfone segundo suas principais categorias, chegou a hora de aprender um pouco sobre os padrões de captação – ou polaridade – desses equipamentos.

Cardioides

Padrão de captação mais comum em microfones. O Shure SM-58, o qual citamos anteriormente, é classificado como dinâmico cardioide.

Capta muito bem o que está à frente, ou seja, a voz do cantor ou instrumento, e um pouco também do que está nas laterais, rejeitando os ruídos que estiverem atrás.

Super e hipercardioides

São ainda mais direcionados a captar o som da frente do microfone, mas é possível que algum ruído na parte de trás seja percebido pelo equipamento. O AKG D5 é um exemplo de supercardioide.

Microfone Figura 8

Tipos de microfone figura oito

Os microfones de fita possuem esse padrão de captação, bloqueando todos os ruídos das laterais. Porém, captam com precisão o que está na frente e atrás do mic.

Omnidirecionais

Microfones com esse padrão, como os de lapela, captam sons de todos os lados, ou seja, em 360 graus.

Esses tipos de microfone que podem ser úteis para gravações de corais, por exemplo, ou na realização de uma entrevista.

Três padrões em um

E que tal investir a quantia de R$ 20 mil para ter um microfone completo, com três padrões de captação? Pois é: esse tipo de mic existe!

É o Neumann U87 Professional, um condensador que pode ser configurado como omnidirecional, figura 8 ou cardioide. Você escolhe.

Amplie a essência de sua voz

Após toda essa análise dos tipos de microfone, vale deixar claro uma coisa: “Microfone não faz milagre”.

Não pense que você vai ficar com a voz do Gabriel Henrique ou da Marisa Monte porque resolveu cantar num Neumann U87 Professional.

Brincadeiras à parte, lembre-se de continuar firme com seus exercícios vocais e coloque em prática as técnicas aprendidas nas aulas de canto. O microfone só irá amplificar o seu talento natural.

Portanto, invista em ferramentas que ajudem a mostrar a essência de sua verdadeira voz. Enfim esperamos tê-lo ajudado a escolher o melhor microfone para cantar.

Se este artigo te ajudou a conhecer os principais tipos de microfone, fale conosco! Para isso use o campo de comentários logo abaixo, será um prazer conversar com você.

Até a próxima

About Luciana Amaral

Luciana Amaral é cantora profissional, jornalista, revisora e redatora freelancer. Já participou de vários cursos de canto, como o Modern Mix Voice, do professor Caio Freire; Solte Seu Belting, do professor André Barroso; Canto Popular, durante o Curso Internacional de Verão da Escola de Música de Brasília (Civebra); e Congresso Online de Voz Cantada, realizado pela Faculdade Novo Horizonte e pela professora Flávia Caraíbas. https://www.instagram.com/luciana.amaral_cantora/

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *