Estilo musical surgido nos Estados Unidos por volta da década de 1920, a música country é ainda hoje bastante popular.
Ao longo de sua história, já revelou nomes como Hank Williams, Dolly Parton, Patsy Cline, Alan Jackson, Garth Brooks, Vince Gill, entre muitos outros.
Naturalmente, a música country não ficou estática quanto às suas características. Ao longo das décadas ganhou subgêneros, fruto de sua intersecção com outros estilos, como o rock e o pop.
E ainda influenciou a cultura musical de outros países, como o próprio sertanejo no Brasil.
Mas o que é música country, afinal?
A palavra em inglês, por si só, pode significar muitas coisas, como “país”, “nação” e “pátria”.
Porém, também se refere algo do “interior” ou do “campo”. Este conceito certamente é o que mais se aproxima daquilo que preconizamos como o gênero musical apresentado aqui.
Ao pensarmos nesse estilo, logo vem à cabeça cantores com chapéu de cowboy, camisa xadrez, calças jeans justas e botas de couro.
Além disso, o country remete a paisagens campestres, cavalos, entre outros cenários idílicos fora dos grandes centros urbanos.
São imagens já entronizadas no imaginário popular, ainda que venham, de certa forma, estereotipadas.
Na realidade, o apelo ao aparente bucolismo e simplicidade carrega por trás uma indústria que movimenta milhões de dólares… e também milhões de fãs, seja no campo ou na cidade.
Origens
As montanhas Apalaches, que se estende do Canadá ao Estado do Alabama, no sul dos Estados Unidos, traz, mais do que sua localização geográfica, as raízes da música country.
É lá que surgiu um tipo de música folclórica, com elementos das tradições escocesa e irlandesa, trazidos por imigrantes. Era chamada de apalachian music e, posteriormente, ficou conhecida como old time music.
Por volta de 1925 o pianista Al Hopkins cunhou o termo hillbilly music, ou música “caipira”. Mas seria simplista demais encaixá-la em um único estilo, já que engloba diversas vertentes da folk music, como o western e o bluegrass.
Alguns consideram a hillbilly music como o country “raiz”, o qual inclui o uso de instrumentos que ficaram marcados no gênero, como a rabeca, o banjo e o violão.
Porém, somente por volta da década de 1940 que a hillbilly music passou a ser designada, simplesmente, como música country.
Bluegrass
Nesse amplo espectro da música “caipira”, o bluegrass merece menção especial.
O estilo, criado pelo músico Bill Monroe, a partir da mistura do country com música irlandesa, ragtime, blues e jazz, ficou bastante popular principalmente na área entre o Tennessee e o Kentucky.
O nome bluegrass faz referência à grama de Kentucky, cuja cor verde, bastante exuberante, por vezes parece ganhar tons azulados.
Suas canções em geral são bastante dançantes, com o protagonismo do banjo de cinco cordas nos arranjos.
Também vale mencionar, nesse estilo, o uso do dobro, um tipo de guitarra com uma estrutura de metal no centro da caixa de ressonância.
Outros instrumentos utilizados são o bandolim, o violão e o contrabaixo acústico.
Essa vertente bastante tradicional da música country continua ainda a ser executada, principalmente por artistas do sul estadunidense.
Quer conhecer melhor esse estilo? Dê uma olhadinha no trabalho de artistas e bandas como The Hillbilly Gypsies Bluegrass, Southern Raised Bluegrass, The Dead South, The SteelDrivers, Dixie Chicks, Sierra Hull, Billy Strings e Molly Tuttle.
Os subgêneros da música country
Como dissemos no início deste artigo, a música country evoluiu ao longo das décadas e fundiu-se com outros estilos, gerando subgêneros.
Muitos dos músicos norte-americanos que criaram composições country com influências de outras vertentes musicais fizeram sucesso por aqui também.
E existe até banda brasileira trazendo inovações a esse tipo de música.
A seguir, vamos esmiuçar um pouquinho esse tema e conhecer os principais subgêneros.
1- Country rock
Um dos subgêneros surgidos a partir da música country é o country rock, o qual é representado principalmente por grupos e artistas das décadas de 1960 e 1970.
Muita gente classifica o estilo como rock, simplesmente, sem menção ao country. Mas, numa análise mais cuidadosa, é possível perceber a intersecção de ambos os gêneros.
E aqui, a gente cita hits do country rock que certamente você já ouviu em casa, em um evento ou num barzinho:
- “Hotel California”, da banda Eagles;
- “Have You Ever Seen the Rain”, da banda Creedence Clearwater Revival;
- “Down By the River”, de Neil Young;
- “Sweet Home Alabama”, da banda Lynyrd Skynyrd;
- “Lay, Lady, Lay”, de Bob Dylan;
- “A Horse With No Name”, da banda America.
2- Countrycore
A banda carioca Matanza, do Rio de Janeiro, é dona de um estilo único, chamado de “countrycore”, uma mistura inusitada de country com heavy metal e hardcore punk.
Um dos trabalhos mais interessantes da discografia do grupo é o álbum “The Hell With Johnny Cash”, uma homenagem a um dos principais ícones da música country americana. Os hits de Johnny são apresentados, é claro, em uma nova roupagem.
3- Rockabilly
Mistura de rock n’ roll com hillbilly (ou seja, o country), o ritmo fez um estrondoso sucesso na década de 1950 e seus hits ficaram marcados por gerações.
E adivinhe quem era o maior nome do rockabilly? Ele mesmo, Elvis Presley! Mas houve também outros artistas bem famosos desse subgênero, como Jerry Lee Lewis, Bill Halley, Johnny Cash e Roy Orbinson.
4- Country pop
Como você já deve ter percebido, há muito tempo que o country deixou de ser um estilo reservado a um público restrito. Os grandes artistas de rockabilly são uma prova disso.
Mais recentemente, a junção da música country com o pop manteve acesa a popularidade do gênero, conquistando fãs não só nos Estados Unidos, como no mundo inteiro.
Destaques da música country
Confira, agora, alguns dos nomes que se destacam – ou se destacaram – nesse estilo:
- Garth Brooks: um dos primeiros representantes do country pop, no final dos anos 80, Garth Brooks teve mais de 115 milhões de cópias vendidas de seus discos. Alguns de seus sucessos: “To Make You Feel My Love”, “Standing Outside the Fire”, “The River” e “The Dance”.
- Shania Twain: canadense e fenômeno do country pop, Shania vendeu mais de 75 milhões de cópias de seus álbuns e ganhou cinco Grammys. Destaque para os hits “You’re Still the One”, “Man! I Feel Like a Woman!”, “From This Moment On” e “That Don’t Impress Me Much”.
- Faith Hill: a artista realizou feitos incríveis em sua carreira. São mais de 120 milhões de cópias vendidas de seus discos em todo o mundo e diversos prêmios, como os do People’s Choice Awards, Academy of Country Music e Grammy Awards. Alguns de seus sucessos: “Breathe” (integra a trilha da novela “Laços de Família”), “There You’ll Be” (integra a trilha do filme “Pearl Harbor”) e “Mississippi Girl”.
- Billy Ray Cyrus: pai da artista pop Miley Cyrus, Billy emplacou oito singles no top 10 da Billboard Hot Country Songs. Alguns de seus principais álbuns: “Some Gave All” (disco de estreia), “Back To Tennessee” e “Set the Record Straight”.
- Lady A: o trio, conhecido anteriormente como Lady Antebellum, é formado por Hillary Scott, Charles Kelley e Dave Haywood. Seu maior sucesso é Need You Now, tocado até hoje nas rádios – inclusive as brasileiras.
E o Brasil?
Se os Estados Unidos têm música country, nós, do Brasil, temos a música sertaneja. É um estilo que também passou por várias fases e tem características muito peculiares.
A moda de viola ou “modão” está, por assim dizer, na raiz desse gênero musical tão brasileiro.
Duplas “caipiras”, como Tonico e Tinoco, Zé Mulato e Cassiano, Alvarenga e Ranchinho, Pena Branca e Xavantinho, e Tião Carreiro e Pardinho, deixaram composições que são lembradas até hoje pelos fãs.
Temos também o Trio Parada Dura, Cascatinha e Inhana, Inezita Barroso, Irmãs Galvão, Milionário e José Rico, Chrystian e Ralf, e tantos outros nomes considerados referências do universo musical sertanejo.
Há até aqueles que souberam “temperar” o estilo com pitadas da MPB tradicional. É o caso de Rolando Boldrin e Sérgio Reis, por exemplo.
Outro nome ainda mais representativo dessa tendência é Renato Teixeira, cujo maior sucesso, “Romaria”, foi gravado por Elis Regina. E Almir Sater, que junto com Renato compôs “Tocando em Frente”, canção gravada por Maria Bethânia.
Nos anos 80 e 90 a música sertaneja passou por uma transição importante e ganhou muita popularidade.
Podemos citar, desse período, Chitãozinho & Xororó, Zezé Di Camargo e Luciano, João Paulo e Daniel, Leandro e Leonardo, Rionegro e Solimões, Roberta Miranda e diversos outros artistas.
Já no século atual, houve a ascensão do chamado Sertanejo Universitário, marcado pelo boom do surgimento de novos músicos de grande sucesso.
Alguns nomes dessa fase: Bruno e Marrone, Michel Teló, Gustavo Lima, Guilherme e Santiago, Edson e Hudson, Zé Neto e Cristiano, Paula Fernandes, Simone e Simaria, Marília Mendonça, Eduardo Costa, Luan Santana, Maiara e Maraisa, César Menotti e Fabiano, e muito… muito mais.
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