Toda música tem um andamento, o qual é preciso seguir, para não atropelar a harmonia e nem ser uma tortura para os ouvidos. E é para ajudar o músico nessa questão, que existe um aparelho chamado metrônomo.
Afinal, não adianta o instrumentista tocar o trecho “é pau, é pedra”, se o cantor já estiver no “fim do caminho”.
Imagine, então, vários músicos tocando juntos a mesma canção, mas cada um em um andamento diferente. Seria o caos, não é mesmo?
Claro que, numa determinada peça musical, o andamento pode ser alterado durante a execução, mas isto tem de estar explícito na partitura ou, se não houver, os músicos devem combinar entre si em quais partes acelerar ou ir mais lentamente.
Estude no ritmo
O metrônomo foi inventado pelo relojoeiro Dietrich Nikolaus Winkel, um alemão radicado em Amsterdã (Holanda), no ano de 1814.
Contudo, quem patenteou a invenção foi o engenheiro alemão Johann Nepomuk Maelzel, em 1816, o qual emprestou seu nome ao modelo clássico de metrônomo utilizado até hoje.
Polêmicas à parte, sabe-se que o metrônomo é essencial no estudo da música, não importa o instrumento.
Você pode utilizá-lo em ensaios de banda, para que todos os integrantes estejam mais conscientes do andamento.
Também serve para o instrumentista estudar sozinho em casa e aprender a não perder o ritmo no meio da execução.
Ou pode ser uma boa ferramenta para professores de música que queiram auxiliar melhor os alunos com dificuldade em questões que envolvam ritmo e andamento.
E como o metrônomo funciona?
O metrônomo funciona como uma espécie de “relógio musical”. Mas como assim?
Imagine um relógio comum, analógico, em que cada segundo é marcado por uma pulsação sonora. O “tic tac” segue um ritmo fixo, correspondente a 60 BPMs, sigla que quer dizer “Batidas Por Minuto”.
No metrônomo, porém, esse “tic tac” pode variar, dependendo se a música for mais rápida ou mais lenta. O músico pode ajustar no aparelho o andamento que ele desejar, durante seus estudos.
No caso de uma canção com 120 BPMs, por exemplo, o metrônomo fará duas batidas – ou pulsações – por segundo.
As partituras, aliás, costumam vir com esse tipo de informação, no cabeçalho ou rodapé, para guiar o cantor ou instrumentista a executar a música no andamento proposto pelo compositor.
Acredita-se, inclusive, que Beethoven tenha sido o primeiro a inserir expressamente o número de BPMs em suas composições, em 1817.
Em alguns casos, devido ao andamento extremamente rápido sugerido, estudiosos apontam que, provavelmente, o metrônomo utilizado pelo compositor não tinha muita precisão.
Tipos de andamento
Existem vários tipos de andamento. Aqui, vamos citar alguns, com as respectivas faixas de BPMs:
- Grave – 20 a 40 BPMs
- Largo – 45 a 50 BPMs
- Adagio – 55 a 65 BPMs
- Andantino – 78 a 83 BPMs
- Andante – 75 a 107 BPMs
- Moderato – 108 a 112 BPMs
- Allegro – 120 a 139 BPMs
- Vivace – 140 a 159 BPMs
- Presto – 180 a 200 BPMs
Tempo forte e tempo fraco
Além do andamento, também é possível determinar, no aparelho, o compasso, responsável, na partitura, por agrupar as unidades de tempo e ditar o ritmo da música.
Pode ser classificado, a grosso modo, em simples e composto, de acordo com a teoria francesa, como já explicamos no artigo sobre pauta musical.
Normalmente, cada compasso inicia com um tempo forte seguido de tempos fracos.
Para ficar mais claro, vamos citar como exemplo “Atirei o Pau no Gato”. Veja que, ao cantá-la, há sílabas sobre as quais se dá mais ênfase (o “tempo forte”), tal qual a “sílaba tônica”, que aprendemos nas aulas de Português.
O compasso da música em questão é 4/4, indicando quatro unidades de semínima (saiba mais sobre as figuras musicais clicando aqui).
Ao inserir essa informação no metrônomo, o aparelho executará um tempo forte seguido de três tempos fracos.
Tipos de metrônomos
Agora que você já sabe como o metrônomo funciona, resta saber como adquiri-lo, para turbinar seus estudos musicais.
A boa notícia é que é possível utilizar a ferramenta gratuitamente, sem pagar nada. No Google, procure por “metrônomo online”. Logo, aparecerá uma lista de opções para você utilizar sem gastar um centavo.
Outra opção é investir num metrônomo digital, o qual traz como vantagens o tamanho compacto, a leveza e recursos extras, como afinador, variando de acordo com a marca.
A desvantagem é ficar dependente de pilhas ou baterias, para o funcionamento. Há preços para todos os bolsos: de R$ 59 até R$ 500.
Porém, há quem prefira o metrônomo tradicional. A versão mais comum vem no formato de uma pirâmide – modelo Maelzel –, contendo uma escala em BPMs, para a escolha do andamento.
Para funcionar, é preciso configurar o compasso e dar corda no aparelho. Esse modelo vem com um pêndulo contendo um ponteiro, o qual é regulável.
Quanto mais próximo do eixo o ponteiro estiver, mais rápido o pêndulo se movimentará. Para diminuir o andamento, basta subir o ponteiro até a faixa de BPMs escolhida.
Apesar da precisão das batidas, a versão tradicional do metrônomo nem sempre é financeiramente viável.
Os modelos existentes podem variar de R$ 100 até mais de R$ 300. E há opções ainda mais caras, verdadeiras joias, como o clássico metrônomo alemão Wittner. Para adquiri-lo, é preciso desembolsar a bagatela de quase R$ 1.000.
Metrônomo no seu celular
Porém, se você quiser algo ainda mais prático, basta baixar um aplicativo no seu celular. Há várias opções, tanto para Apple, quanto Android, com versões pagas e gratuitas. Confira algumas que selecionamos para você:
- Pro Metronome: a versão gratuita traz os recursos básicos, mas há a versão paga com ferramentas mais avançadas, como a polirritmia, em que duas estruturas rítmicas são tocadas simultaneamente.
- Metrônomo Beats: você pode selecionar qualquer ritmo de 1 a 300 BPMs. O app é disponível gratuitamente, mas há a versão paga, que elimina anúncios e permite salvar as configurações favoritas, criar músicas com ritmos variáveis e fazer setlists.
- Metrônomo: app totalmente gratuito, com possibilidade de selecionar faixa de 20 a 300 BPMs.
- Metrônomo – Tempo de batimento e medida de ritmo: o andamento nesse app varia de 10 a 250 BPMs. Traz alguns recursos, como animação do pêndulo em movimento e vibração, para sentir as batidas, além da opção de configurar manualmente qualquer indicação de compasso.
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